Tutorial não é treinamento!
O desabafo de um cliente para às Startups

É ótimo poder testemunhar tantas startups de tecnologia aparecendo no Brasil, e cada vez mais.
O volume de novas startups aumentou em 18% no último ano, de acordo com a ABStartups (Associação Brasileira de Startups).
A maior parte, trabalha com soluções baseadas na internet.
Uma boa parte destas startups, estão conquistando mercado e prosperando, fazendo o que o tradicional mercado de TI já fazia nos anos 90 e 2000: software para gestão empresarial, CRM, logística, etc…
Porém com um modelo ágil e eficiente de negócios:

  • Metodologia de desenvolvimento ágil
  • Marketing essencialmente digital
  • Vendas 100% online – muitas vezes 100% automatizadas
  • Treinamento e implantação totalmente a distância. É sobre este último item que se trata meu desabafo.

Um fundamento seguido pela maior parte das startups, é que todos processos tenham escala (ou seja, atender milhares de clientes sem crescer a estrutura da empresa), com qualidade suficiente para o cliente aceitar pagar a próxima mensalidade (outra característica comum das startups é a busca incessante pela receita recorrente, a famigerada assinatura).
Enfim, tudo isso é de seu conhecimento, já que todos empreendedores vêm seguindo o mantra descrito no livro Lean Startup – a bíblia atual dos empreendedores digitais – acompanhado de mais uns 3 ou 4 livros, que sugerem as práticas do que significa ser uma “startup bacana” hoje em dia.
Aliás todos estes livros mencionados são muito interessantes, valem cada centavo.
O que me levou a batizar este artigo com este título um pouco agressivo é que: casualmente sou empresário, especialista em treinamentos e cliente de várias startups.
Ocasionalmente agressivo.
Ocasionalmente usuário de algumas startups.
E como cliente de startup, me tratam mal, muito mal no que diz respeito a treinamento.
Será que alguém concluiu, leu ou entendeu em alguma página, capítulo, versículo, na bibliografia, que um tutorial online substitui um treinamento?
Um resumo do que é a oferta atual de treinamento da maioria das startups:

  • Alguns tutoriais das principais telas estão disponíveis, geralmente feitos em condições não ideais. São materiais soltos, sem encadeamento, sem trilhas de certificação atribuindo competências a papéis específicos. Como poderei ter certeza que um colaborador meu poderá elaborar um fluxo de caixa dentro do seu sistema? Ou criar um funil de vendas?
  • Ao consumir estes artefatos, você poderá ouvir os telefones ao fundo, pessoas falando. Também é comum “sentir” que o apresentador não é a pessoa mais sênior possível. Principalmente pelo excesso de “hmmmm”, “na verdade…”, idas e vindas nas telas, pela ausência de um slide conceitual introdutório que poderia poupar tempo de quem quer saber sobre o que está no tutorial sem ter que explorá-lo na íntegra.
  •  Outros tutoriais são gravações de seminários via web, também sem qualquer estruturação, com pouca ou nenhuma edição.
  • Outra alternativa é comprar “horas de treinamento” via skype. Qual o conteúdo? O que você quiser.

Um detalhe importante: não importa a opção que você escolher, não existe uma avaliação final, uma prova, para homologar o seu nível de proficiência em relação ao uso do software.
Seu colaborador ou até você mesmo, vão receber um certificado de participação e um atestado de fé e esperança que todo o conhecimento foi transferido com sucesso.
Eu até concordo que algumas aplicações são simples e tem um design tão funcional, que simplesmente dispensam o treinamento – e isto é uma coisa bacana.
Mas quando entramos na categoria de aplicações mais complexas – estou falando de sistemas de gestão financeira, sistemas de CRM, Marketing Digital, que são intrinsicamente complexos – não existe um argumento que defenda a ideia de não ter uma arquitetura de aprendizagem, um modelo de capacitação.
como o e-learning pode impactar resultados?

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