O Impacto Financeiro da Gestão do Conhecimento

Aprendizagem e conhecimento impactando na última linha!

No mundo corporativo, quando você desejar evidenciar a importância de algo, pergunte-se: “qual a contribuição disto para a última linha?”

A última linha, o resultado, a margem de contribuição. Lucro ou prejuízo, vai depender de muita gente e muitos aspectos, e o papo de hoje é sobre como o conhecimento influencia nisso.

Curiosidades, aprendizagem, conhecimento. Se você curte falar de negócios já começou no lucro, porque neste episódio o resultado é muito positivo sempre! Ah mas não se engane! Este papo não é sobre números.

Vamos da origem do nome da França até o valuation de uma esposa – isso mesmo!! Segure-se, acomode-se e relaxe.

O Podizagem de hoje traz um escambo de ideias com dois convidados que lideram áreas financeiras e compartilham muitas experiências sobre o que aprenderam e ensinaram – pessoas falando como pessoas trazem os números!

Assista ao episódio do podcast no YouTube

Sabia esta da França? Nem eu!

Ivan Cruz, CFO e co-fundador da Mereo, coloca a importância do contexto. Você já parou pra pensar por que nunca aprendeu sobre a origem do nome França?

Num projeto na Europa, Ivan pode escutar a história, acho que esta vale a pena você ouvir, a dica é que tem galo, um tal de Franco, e o domínio do império Alemão. Um verdadeiro escambo de idéias internacionais.

Quanto vale a sua esposa?

Você tem a missão de conduzir uma operação de aquisição e depois de muito tempo investido em análises, relatórios, reuniões, as famosas “due diligences” e chega o momento de falar sobre o valor do negócio.

O dono da empresa então escreve num pedaço de papel, quanto custa a esposa, a babá que cuidou do filho, a carteira de clientes, o valor do código fonte…e ….

O final desta história é imperdível!

Mark Carvalho, Diretor Corporativo Administrativo Financeiro da MV Sistemas, compartilhar esta experiência para mostrar como é importante o alinhamento entre as partes, numa iniciativa de fusões e aquisições (M&A). 

Obviamente esta história faz parte de um passado recente onde o mercado de tecnologia da informação, ainda aprendia sobre técnicas de valuation – como calcular o valor de uma operação, como estruturar participações em empresas entre outros aspectos. 

Hoje é cada vez mais raro encontrarmos empreendedores que acreditam que ao vender um negócio, precisam colocar um valor na sua história, ou nas pessoas que fizeram parte dela. Mas fica o aprendizado!

Aprender e tomar riscos

Ivan Cruz traz a importância de aprender continuamente dentro da perspectiva da interação – aprender algo, aplicar e tentar até conseguir, corrigindo os erros rapidamente. Empreender segundo ele, é basicamente isso.

O sucesso da Mereo, segundo Ivan, está relacionado a esta dinâmica – buscar conhecimento continuamente para aplicar, testar e corrigir o rumo várias vezes, repetindo este ciclo de forma contínua.

Aprender desde sempre, empacotando compras num supermercado, ou na Kellogg (Northwestern University) 

Tem aquela fase da carreira, no início de tudo, onde as primeiras lições são marcantes. Usar a camisa por dentro da calça, tirar boas notas, aprender de tudo. Basicamente o reforço das lições que se ouvia em casa, só que com o peso dos primeiros chefes.

Mark Carvalho levou o “o aprender de tudo” a sério. Foi desenvolver seu conhecimento de ferramentas na renomada Kellogg – a escola de negócios da Northwestern University nos EUA, tornou-se conselheiro certificado pelo IBGC, mas não se restringiu à área financeira.

Aprendeu a estruturar áreas de gestão de pessoas, áreas comerciais e enxerga que a carreira executiva é um empreendimento do profissional em si mesmo, com o objetivo de apoiar o projeto de um empreendedor.

Resumindo sem conhecimento e aprendizagem, o resultado não chega.

O momento da verdade – explicando o resultado financeiro com conhecimento

Na famigerada reunião (quase sempre mensal) de resultados, é o momento do líder demonstrar o conhecimento sobre seus processos. Mas nem sempre isso acontece quando o tema é finanças.

Segundo Mark, ainda existem gestores que confundem vendas, receitas e resultado – sempre existem oportunidades de aprendizagem, em todos os níveis da organização!

Oportunidades que surgem a todo o momento, aliás, criam demandas de novos líderes com conhecimento – sobre a área financeira também – para desenvolver negócios, liderar equipes, compor novos quadros de adquiridas e de iniciativas próprias.

Um aspecto muito relevante apontado por Ivan é o da atitude. Existe demanda para profissionais que sejam ousados do ponto de vista de atingimento de metas, dispostos a se desafiarem na aprendizagem do novo, e com desejo de aplicar estes conhecimentos.

Existem pessoas com conhecimento, formação, mas nem sempre dispostas a aplicar tudo isso ou ainda, aprender formas novas de aplicação de conceitos já estabelecidos.

As melhores dicas

Curiosidade. Esta palavra resume o comportamento mais esperado hoje em dia. Questione cada aspecto do seu ambiente de trabalho, usando a escuta ativa como ferramenta principal.

E se  você quer alguma dica de homens da área financeira para investir, aí vai: invista em conhecimento.

Quem não mapear os conhecimentos que são críticos pro sucesso e traçar planos concretos para adquiri-los e aplicá-los, corre o risco de parar numa ilha deserta, conversando com uma bola de vôlei.

O metaverso, que está chegando com vários desafios – incluindo o da liderança remota – porá a prova nossa capacidade de desaprender e aprender. Líderes que não adaptarem suas habilidades para este novo cenário, podem muito brevemente, marcar uma reunião com a famigerada bola de vôlei, numa ilha deserta.

Retenção de talentos – não numa ilha, mas na empresa, claro! – é o desafio da vez. Competir por talentos atualmente é  um dos aspectos mais presentes nas agendas dos executivos. Criar um ambiente onde as pessoas desejem trabalhar e não sejam obrigadas a trabalhar é a chave.

Atualmente, trazer pessoas de outros países, outras culturas, para integrar os times passou a  ser uma alternativa real. Lidar com diversidade de valores, idiomas, hábitos, histórias de vida, passa a ser mais um diferencial. Não será possível reter todas as pessoas, em certa medida isto tem até que ser comemorado. 

Novas experiências podem melhorar todo o ecossistema de negócios e muitos profissionais em algum momento da carreira voltam para lugares que já passaram. Com isso todo o mercado amadurece.

Aprendizados

Um dos momentos recorrentes dos profissionais da área financeira, é ter uma análise objetiva de uma situação ou oportunidade – geralmente sustentada por números que não deixam dúvidas. Infelizmente, alguns CFO’s não se posicionam, por avaliarem que não é seu papel – mesmo sabendo que uma decisão pode trazer prejuízos.

O aprendizado é: nunca deixe de se posicionar. Seja baseado em números, ou no seu feeling, exerça de forma firme, o papel de quem resguarda a saúde financeira da companhia.

Outro aprendizado, é o impacto da falta de cuidado com o conhecimento organizacional no negócio. Empresas já acabaram porque não se preocuparam com sucessão, compartilhamento de conhecimento e estruturação de processos de documentação e aprendizagem.

Atualmente, chega a ser um risco operacional a ausência de processos de aprendizagem e gestão do conhecimento. Algumas empresas só investem neste aspecto depois de começarem a vivenciar os efeitos negativos da falta deles. Semelhante ao morador que investe no sistema de alarme depois de ter a casa violada.

Ótimas dicas de leitura neste episódio:

## Créditos
Direção de Criação: Julio Cunha
Produção: Renan Luz
Switcher, edição e Sonorização: Camila Kubo

## Arte: Allyson Silva

## Neste podcast
Ivan Cruz Jr  (Mereo)
Mark Carvalho (MV Sistemas)
Renan Luz (Edubrix)
Julio Cunha (Edubrix)

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