Comunique-se melhor desenhando
ENTENDEU? Ou quer que eu desenhe?
O cara dos desenhos
Na década de 90, trabalhando no departamento de RH, eu tive a grande oportunidade de conviver com um Diretor de Marketing, que tinha uma habilidade invejável.
Ele desenhava enquanto falava. Os rascunhos que ele produzia, eram extremamente didáticos.
A argumentação que ele construía com as palavras, parecia ser reforçada, defendida e blindada por desenhos com traços simples, esquemas com formas geométricas acompanhados de palavras e setas.
O grande lance era você testemunhar o ato do desenho.
O desenho pronto, ali, estático no papel, não fazia muito sentido. Mas a construção, o ato de criar o rascunho enquanto falava era hipnótico e atingia o alvo de forma certeira: ninguém tinha dúvidas do que ele queria comunicar.
Quando uma dúvida surgia, você apontava para a parte do desenho específica e ele clarificava o ponto, muitas vezes complementando o desenho.
Comunique-se melhor desenhando:
A empresa das explicações
Um pouco depois, já em 2004, eu conheci um pessoal que ganhava a vida explicando coisas complicadas, usando a mesma técnica daquele Diretor de Marketing.
Era um casal que “acidentalmente” criou um vídeo com a explicação do que significava a tecnologia RSS (Really Simple Syndication).
O formato do vídeo era inovador e nostálgico ao mesmo tempo. Nostálgico porque era basicamente um quadro branco, com mãos humanas movendo recortes de papel com desenhos e marcadores, enquanto um narrador explicava os conceitos apresentados com uma música agradável de fundo.
O vídeo viralizou e daí surgiu uma oportunidade de negócios.
Este casal criou uma empresa, chamada CommonCraft que cria vídeos para explicar temas complexos, fazendo com que um grande público consiga ter um mesmo nível de conhecimento sobre um determinado tema em poucos minutos. Surgiu aí um negócio, e também uma forma de explicação que fez escola.
Comunique-se melhor desenhando:
Sim, eu quero que você desenhe!
Usar esquemas, desenhos simples, com linhas primárias para explicações é algo tão velho quanto a humanidade – já fazíamos isso nas paredes das cavernas, com pictogramas.
Os consagrados mapas mentais e toda a teoria por trás deles, também explicam uma parte do sucesso:
Nossa primeira experiência acadêmica registrada no cérebro foi, invariavelmente, desenhar numa folha de papel branco com lápis coloridos, giz de cera ou algo do tipo.
Quando vemos algo parecido com isso, abrimos inconscientemente um canal no cérebro que “lembra” do processo de aprendizagem, aumentando a eficácia da aprendizagem.
As cores e desenhos também ativam a parte “criativa” do cérebro.
O fato de vermos um desenho ser formado enquanto alguém explica, cria uma expectativa que engaja a audiência: “o que vai aparecer agora?”.
Em nanosegundos, nossa mente cria versões próprias da próxima etapa, do próximo slide.
Passa a ser interessante permanecer até o final para saber como termina a história.
Comunique-se melhor desenhando:
Como começar a explicar desenhando?
Eu não acreditava que poderia adquirir uma habilidade como esta, devido ao meu histórico nas artes plásticas.
Nunca consegui desenhar nada direito, colorir então, nem se fala.
Em virtude do meu trabalho, da necessidade de me comunicar corretamente com seres da mesma espécie num mundo cada vez mais multimídia, precisei aprender.
Não me tornei um desenhista profissional, mas já consigo fazer um Zé Palito me ajudar numa explicação.
Não se trata de se tornar um designer, é como saber o mínimo de contabilidade. Saber o que é crédito e débito não faz você substituir o contador, mas você precisa entender disso.
Ai vão algumas fontes que recomendo muito para quem tem interesse (algumas estão em inglês, mas sinceramente, só de olhar as figuras você vai entender tudo):
Curso de autores de e-Learning Edubrix. Se você quiser aprender rapidinho tudo o que está nos livros indicados, para criar cursos que comunicam e fazem as pessoas aprenderem e curtirem o conteúdo, compre este curso! Está em Português e vai direto ao ponto!Não está na Amazon, mas você pode comprá-lo clicando neste link |
||
Este livro é ótimo para quem é perna de pau de pai e mãe nas artes gráficas, como eu. Vai lhe ajudar a fazer tudo melhor, inclusive escrever um e-mail, um cartaz, um convite, qualquer coisa. Você vai aprender porque algo parece bonito ou não e a partir daí, aplicar os mesmos princípios nos seus trabalhos. Vai aprender a aplicar o C.R.A.P:
E assim, deixar seus trabalhos mais confortáveis de serem vistos. |
||
Este livro foi escrito pelo fundador da empresa citada no artigo, Lee Lefever. Muito bacana para que você possa entender conceitos básicos que tornam suas ideais, produtos e serviços mais fáceis de serem entendidos. É mais sobre simplificar e adequar linguagem, fazer exercícios para filtrar aquilo que pode ser “óbvio” pra você e mas não pro seu público. Quando usar ou não determinadas técnicas (como storytelling e outras). Este você precisa saber ler em Inglês, tem bastante conteúdo escrito. Link na Amazon (4.3 de 5 estrelas): Compre na Amazon |
||
Este livro me ajudou demais, inclusive me ensinou a desenhar o Zé Palito direito (sim, existe uma técnica pra isto) e usar outros elementos gráficos durante uma explicação. O autor criou 6 categorias de problemas e formas de explicar, que realmente são úteis. Este é muito bem ilustrado e mesmo sem dominar o inglês você vai aproveitar muita coisa mesmo, incluindo uma galeria de desenhos que você pode exercitar para usar nas suas explicações, como setas, fluxos, etc. Link na amazon (4.1 de 5 estrelas): Compre na Amazon |
Esse artigo esta muuuuuito top, muito obrigada pela
informação, inclusive voltarei ao site para mais informações
como está. 🙂
Veja sobre ariel
para colorir e imprimir